A falta de planejamento e de conhecimento adequados representam a segunda maior causa de fracasso entre empresas do comércio eletrônico, motivando 27% dos fechamentos. A informação consta da 3ª Pesquisa Nacional do Varejo Eletrônico, realizada pelo Sebrae e pela E-commerce Brasil no meio do ano passado, com mais de 2.700 entrevistados.
Para não fazer parte dessa estatística, é preciso tomar alguns cuidados na hora de começar o negócio.
Para o especialista em e-commerce e criador do Ecommerce na Prática.com, Bruno de Oliveira, o início é sempre mais difícil. “Uma vez na internet, não basta criar um site e colocar os produtos lá à venda. Antes de tudo, é preciso apostar no planejamento e estudar muito bem a concorrência”, explica.
Ele lista erros cometidos por grande parte dos empreendedores:
1. Não entender do seu nicho de mercado: Para obter sucesso, é necessário focar em um setor e resolver os problemas desse segmento. “Analise o mercado e veja o que ele oferece e o que ainda não oferece, para ver onde você pode se destacar. Navegar muito na internet e ouvir as opiniões e queixas dos clientes desse setor são meios que ajudam a acertar”, diz ele.
“Há formas de facilitar a tarefa de escolher sua área de atuação, que nem sempre é tão fácil. Abrir um e-commerce ligado a um hobby pessoal ou a algo que já tenha feito no passado pode ser uma boa dica para essa questão. Mas, é claro, somente se identificar com uma determinada área não basta para ter sucesso, é preciso se preparar, se profissionalizar”.
2. Tratar o negócio como uma “lojinha de internet“: Oliveira explica que é preciso ser pró-ativo, “se mexer, criar campanhas, atrair clientes”. “Todos os dias é necessário que você dê alguns passos que aproximem o seu negócio de uma melhor rentabilidade. De uma coisa você pode ter certeza: a inércia não levará a lugar algum”, avalia o especialista.
Segundo ele, não basta ter um bom planejamento, é imprescindível também executar aquilo que foi planejado. “Costumo comparar um novo e-commerce a uma “lojinha” no fundo de uma galeria velha de bairro. Ninguém vai entrar se não houver o incentivo correto para isso. É preciso chamar a atenção do consumidor, cativar, criar relacionamento”, ensina.
3. Focar somente em produtos: O ideal, de acordo com o especialista, é que o empreendedor não pense que está vendendo “apenas” um produto, e sim uma solução para o problema de seu potencial cliente. “Você deve trabalhar qualquer coisa que queira vender como uma ideia, e não como um simples “pedaço” de pano ou de ferro”, explica.
Para ele, o melhor a se fazer é trabalhar sempre estratégias, criar conteúdo e engajar o seu público. “Saia da zona de conforto e vá em busca do seu consumidor. Ofereça tanto valor que ele se verá obrigado a comprar de você. É assim que as vendas acontecem”, ensina. Oliveira diz ainda que não adianta focar no produto e ficar naquela “velha guerra preço x preço”. “É preciso vender sem se preocupar em excesso com a concorrência.”
4. Divulgação equivocada: A regra de ouro aqui é: quanto maior o número de pessoas visitando sua loja virtual, mais ela venderá. E a forma mais eficiente de divulgar um e-commerce, obviamente, é investindo em marketing. E isso não vai, necessariamente, custar uma fortuna.
“Muitos empreendedores iniciantes simplesmente torram dinheiro, geralmente por desinformação e falha no planejamento. Por exemplo, se você não conhece o seu público-alvo, para quem está anunciando?”, questiona.
Segundo ele, esse é o erro primordial que faz com que mais e mais anúncios atraiam cliques “curiosos”, que não geram resultado e desestabilizam o princípio fundamental do marketing bem feito: aquele que diz que o retorno deve sempre ser maior que o investimento.
5. Descrições falhas em produtos: “Vender no varejo é sinônimo de enfrentar, dia após dia, fortes concorrentes que muitas vezes têm o mesmo preço que o seu”, explica Oliveira. “Mas uma forma bastante simples de fugir da ‘guerra’ de preços é apostar em descrições mais elaboradas e sofisticadas”, diz.
Ele cita como exemplo três sites que têm as mesmas imagens, preços e descrições de produtos. No quarto site, porém, o cliente se depara com um preço parecido, mas com uma descrição totalmente diferenciada. “Há todos os detalhes sobre o produto, exemplos do que ele é capaz de fazer, fotos de vários ângulos, dicas de usabilidade… Quem escreveu aquilo certamente entende muito do assunto e é apaixonado pelo que vende. Agora, eu pergunto: de quem você acha que o cliente vai comprar?”
6. “Imitar” os grandes: Os grandes “players” do mercado contam com grandes investimentos, executivos de alto escalão e milhares de funcionários. “Isso não tem nada a ver com o seu e-commerce, que pode estar funcionando até de dentro da sua própria casa. Inspire-se neles, mas não queira ser como eles. Pelo menos não no começo”, comenta Oliveira.
Para o especialista, quando se dispõe de recursos limitados e de um nome desconhecido no mercado, é preciso crescer aos poucos e de maneira sustentável. “Forneça um atendimento fantástico, entenda tudo sobre seus produtos e esteja disposto a esclarecer todas as dúvidas. É assim que seu nome, sua reputação e sua credibilidade irão começar a se destacar.”
Fonte: Administradores.com