Quatro em cada cinco empresas (81%) planejam investir neste ano. O dado consta da pesquisa Investimentos na Indústria, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A intenção de investimento em 2018 é 14 pontos percentuais superior à do ano passado e é a maior desde 2014. Os principais objetivos do investimento previsto para este ano, segundo a pesquisa, são a melhoria do processo produtivo (29%), o aumento da capacidade da linha atual (27%) e a introdução de novos produtos (19%).
Segundo a CNI, com a previsão de maior demanda, a ampliação da capacidade instalada volta a ser mais frequente entre os objetivos do investimento, ao mesmo tempo em que cresce a parcela do investimento orientada para o mercado doméstico.
Apesar disso, entre as empresas consultadas, 91% armam que a capacidade produtiva instalada no início deste ano é adequada ou mais que adequada para atender à demanda prevista para o período. Entre os entrevistados, 27% armam que a capacidade atual é mais do que adequada ou muito mais que adequada, ou seja, excede a demanda prevista para o ano. Esse percentual, segundo a CNI, é ainda elevado se comparado com anos anteriores, mas é menor que o registrado em 2016 e 2017.
Apenas 9% das empresas armam que a capacidade produtiva atual é pouco ou muito pouco adequada, ou seja, insuciente para atender à demanda prevista para o ano. O percentual é menor que o do ano passado, quando 12% disseram que a capacidade era insuciente. Ainda com relação às empresas que pretendem investir, para 39% os investimentos previstos irão para novos projetos. Esse índice é maior que o registrado nos últimos quatro anos.
A aquisição de máquinas e equipamentos é o principal investimento para seis em cada 10 empresas, ou seja, 60%. Em seguida, foram apontadas a aquisição de novas tecnologias digitais (18%) e a melhoria de gestão (7%). Investimento em capacitação de pessoal, melhoria de marketing e vendas e P&D somaram 9%. A CNI destaca que a retomada da atividade econômica e da demanda doméstica zeram com que a intenção do investimento voltasse com maior intensidade para o mercado interno.
“Das empresas que pretendem investir em 2018, apenas 8% têm como alvo principalmente ou somente o mercado externo”, diz o levantamento. Em contrapartida, o percentual de investimento voltado totalmente ou exclusivamente para atender ao mercado doméstico passou de 63% em 2017 para 67% em 2018.
O gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, alerta, no entanto, que a recente valorização do dólar e as incertezas eleitorais podem influenciar os planos de investimentos das empresas. “A grande questão hoje é o que vai acontecer após as eleições. Qual será a política econômica, quais as prioridades e, principalmente, como será atacado o problema fiscal. Precisamos ter estabilidade de regras macroeconômicas e, principalmente, cobrança em relação ao ajuste fiscal”, conclui. “Se a mudança do patamar de câmbio for permanente, isso pode favorecer a competitividade dos produtos industriais e alavancar investimentos”, completa.
Via: Jornal do Comércio
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